Filho de escravos alforriados, João da Cruz e Sousa (1861-1898) é considerado entre os maiores nomes da poesia simbolista e brasileira, reconhecimento que não obteve em vida. A seguir, um soneto do livro ‘Faróis’ (1900), de Cruz e Sousa.
AS ESTRELAS
Lá, nas celestes regiões distantes,
No fundo melancólico da Esfera,
Nos caminhos da eterna Primavera
Do amor, eis as estrelas palpitantes.
Quantos mistérios andarão errantes,
Quantas almas em busca da Quimera,
Lá, das estrelas nessa paz austera
Soluçarão, nos altos céus radiantes.
Finas flores de pérolas e prata,
Das estrelas serenas se desata
Toda a caudal das ilusões insanas.
Quem sabe, pelos tempos esquecidos,
Se as estrelas não são os ais perdidos
Das primitivas legiões humanas?!
Fonte: <https://pt.wikisource.org/wiki/As_Estrelas_(Cruz_e_Sousa)>. Acesso em: 12 abr. 2022.
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Fonte da imagem:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Stories_Old_English_Poetry-0179.jpg
Abby Sage Richardson, Public domain, via Wikimedia Commons.
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